sábado, 27 de março de 2010

Bilhete único

O viço de urbano, não de transito, antes disso, o que pertence ao carro, o transito é grande demais pra mim, ao transito sou eu quem pertenço, ele é todo aquele cosmos em que se está e só, mal dessas coisas que servem pra ir e ir é foda, ir é pré-requisito, vai apenas, então é trânsito, nele sou eu que barulho, mesmo quando surdo. A engrenagem não, engrenagem e tilte, e uns barulhos de fail, isso tudo tá dentro. Porque tá tudo muito vivo, a gente pensa que não, porque é um barulho enlatado, mas se parar pra ouvir, o próprio silêncio não tá limpo. Tá ele lá se mexendo, urbano, viçoso.
O centro é isso. É o transito dos dias, de um monte de gente, de carro, de caixote, de umas comidas, uns cheiros, de ar e condicionado e pingo e prédio, tanto prédio que não dá pra escapar desse trânsito. A rota do cinza só varia numas pinturas de céu, e de uns morros que aparecem em perfeita hidrocor, tão longe e sozinhos que nem sei, será? Eu me distraio nesse pouquinho. Dessa rotina vazia, rotina vazia não, rotina do vazio; quisera meu trânsito cantar sem precisar ser ouvido.

sábado, 6 de março de 2010

Tá vivo

Agora é sério.

Eu quero ver aqui quem ganha.

Nem quero ver o suor no palco, porque cansa, e eu não sou de palco.

Nem quero ver um filete de choro, porque dói, e eu não dôo pouco.

Na verdade, eu digo que quero ver, mas não.

Eu quero é tocar. Tocar em tudo.

Pra essa ventania que tá aqui, fechada, dar vazão.