É por isso que na tua selva, cujo chão espeta, estamos voando, talvez daí nasça o anseio de ser único, que não último. O único recorta o todo, o todo não-nosso é extinto, quando me tens nos braços. Quando nossa aurora proibida e preguiçosa nos traz ao mundo das cores, essas que suscitam as mais diversas reações. Quânticas, quantas, cantadas pelos cantos, clichês, incomuns, contrárias e carentes. Carentes de sei lá o que. Carente... Intransitivo.
E como sabes suprir no encontro das órbitas, com o teu bem dizer bem dito. No teu compreender ríspido, não te atentas das minhas bobagens predicativas, pareces um tolo dentro da tua pele a elogiar meus músculos e beijar-me a boca. Entretanto, o microscópio ainda está na caixa, agora não tem mais jeito, perdi a nota fiscal.
De saldo, fizeste-me um melhor poeta.
De saldo, deste-me o prazer da lava ao coração empedrado.
De saldo, arquivei todos os meus tantos planos em prol de não fazer nada.
Um nada que é tudo e não a ausência dele.
(Também, não me predisponho, a perder as noites que contabilizo insone, contabilizando um saldo não meu. Isso seria só adivinhar, só racionalizar o tudo, o nada, numa escala injusta. Minha escala é injusta. O saldo que ela (aquela ridícula que se remete a si mesma na terceira pessoa) resulta nele. Utópico. Eu nem penso, mesmo, nisso. Pois assim, ofereço-lhe (meu) tudo. E o resultado passa de predisposição à escolha.)