quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sobre o pensamento, idéia sem berço

Em ônibus lotado eu quase, mas não vejo o pensamento dos outros, quanto aos meus, estampa. Dá vergonha aprofundar-se em ônibus lotado.

domingo, 23 de agosto de 2009

à (toda) prova

Eu sou o momento intenso antes da linha de chegada

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Do muito, do nada

Às vezes é preciso reencontro pra que através de qualquer coisa superaquecida renove-se um ser requentado. Murcho, do pão que sai do microondas e logo fica duro, e aqui não há mais espaço pra dureza, basta a vida quando não tão linda. E não vá nessa de acreditar que se sabem os exatos botões pra voltar novo, porque se fosse fácil o peito ficaria sempre morninho sempre em bom tom e nuances ocre ou, sei lá, laranja como preferirem. Dessas coisas não se tem controle já dizia aquele, senão digo eu. Não é bem felicidade o que se sente, ou pode ser, mas só por falta de precisão, essa felicidade carece de um nome cientifico, eu queria dar mas não sei.

É que o tempo torna as coisas tediosas, e há quem precise de pouco mais que respirar, mas eu nunca. Dessa natureza exigente, a mesma cobra que sai criada sai cheia de tédio, porque ela já sabe, e já saber é uma merda. Não levanto aqui a bola desses que tem sede de conhecimento dispensável, eu sei que a concha mais pesada do mundo pesava seis ou sete quilos, ou algo parecido, e isso não faz de mim uma pessoa feliz, ou melhor, eu li isso num papel de balas que tem aquelas curiosidades. Quando li, gostei, achei interessante, me renovou por hora, ou por uma fração mínima desta. A questão é que isso não me despertou paixão pelo mar, o mar que já amo.

Às vezes é preciso não comer balas por um tempo pra saber que o curioso era óbvio. É o caso de morar em si durante sempre e ainda surpreender-se. Descubro que meço o amor quando me surpreendo com o esperado, e que doce é o sabor que sinto agora. Por enquanto durar estou feliz. Por ainda não ter outro nome pra isso.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Limpa

Eu esqueci do gosto abafado da pele inflamável, do cheiro da minha boca cravada em nuca quente atrás do ouvido, do gesto comprimido em braços lisos da lama que o suor cria. Além do que é encontrar-se enrolada, agarrada nos cabelos por causa da vontade. E de ficar a vontade latejando e a vontade conjunto e a vontade transparente. Sentido arrepiado o exato peso do corpo nu, que é preciso, exato, que é dessas palavras pequenas, portanto mensuráveis. E quero sorrir quente até o finzinho agridoce. A parte oca do pensamento onde o que nos cabe é burrice animalesca misturada e gemida. Mas é uma delícia.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sobre a super super estimação de um ser

Natasha diz:
-e assim sem duvida nenhuma eu acho que sou a melhor pessoa do mundo hahhaha
-e se eu perder isso
-mesmo que ninguem perceba
-o mundo que sou vai perder tambem

sábado, 25 de julho de 2009

do que sei

Não. Não me coube. Não coube o corpo que me deram.


E sei nada, eu só supunha.

Estou perdida onde já conheço.

Ainda murchei do pouco que era.

A certeza ainda que qualquer, não tem pena de mim.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sobre tentativas

Do indizível que envolve meu coração

em isopor, fita crepe e vermelho frágil

De tudo que tenho e finda

De um sofrimento

Que agora pulsa outro de um sofrimento

Do que carece justificativa, sem ter pra dar

Do que tento explicar esse pretume, que é um troço

De acontecido, de repente

É o que não sei

Daí choro,

Eu choro disso.