Tem uma coisa que pra mim é ao mesmo tempo engraçada e
cansativa
Que é a coisa do tema repetido
Eu agora tô sempre falando de voltar a escrever.
Tudo que escrevo representa uma promessa
De retorno, da coisa que volta pro eixo
Do filho regular que a casa torna
Pois.
Hoje escrevi uma coisa bonita sem querer, foi mesmo dizendo,
mas calhou de ser digitada.
Assim:
Agora, tô voltando pr’aquele Estado de espirito bom pra se
escrever
Onde se pode tentar,
Ele é comum,
Só é um em que se pega leve com si mesmo.
E com isso eu presto um agradecimento ao universo. Que me
diverte com a curadoria da minha própria vida. Do sim para o meu lugar que é o
mais comum. Do qual eu provavelmente não vou sair. E no qual eu pretendo estar
em paz em, pelo menos quase sempre.
Eu fico feliz, por exemplo, quando acho que falei bonito. Porque
em geral consigo me comunicar bem. Ultimamente não tão bem assim. A memoria das
palavras menos automáticas está um pouco precária. E como se precisa delas! É uma
coisa de louco, às vezes penso que poderia estudar a comunicação, que não é clássica,
não sei por quê. Uma aula do tipo: como conversar bem sem engasgos, ou como não
esquecer palavras um pouco óbvias. Uma lição geral sobre como substituir
imediatamente palavras que foram esquecidas por outras equivalentes de maneira
eficaz e confiante. Um aprendizado de inteligência, basicamente.
Não só pela questão da segurança ou da in, mas gosto de
reconhecer que falei bonito, falei bem. Pra mim é a mesma logica da escrita. Seria
a diferença entre tirar seis e meio ou nove numa redação, se vivêssemos num
mundo hipotético e menos mecânico, claro.
Devo então deixar o lado bom do tempo passar existir em mim,
por mais ilógico que me seja esse circulo que ele faz. Vou me deixar sentir
bem, vou me deixar falar bem, e ser interessante dentro de mim. E, porque hoje
eu sei muito como é se des-descobrir, eu mando um XO pra atmosfera. Um abraço e
um beijo pro tempo me dar de presente a surpresa do antigo.