E escrever de novo. De novo isso de fazer as coisas sem-sem querer. Fazer porque tem que. Porque meu coração está de novo escrevendo. E eu preciso obedecer, é coisa dele. Isso não é comigo.
Porque de novo as noites são mal dormidas, ou não dormidas, que sejam. É a noite lá fora. Lá não, ali. Aqui fora tem a noite que quer me ver.
“Natasha, por favor”
- Não, quero dormir, vou dormir.
“Natasha”
- Não é que eu queira, preciso.
“” (Esse é o silencio da noite, ela precisa estar calada pra que eu ceda.)
A boca da noite é a lua, eu sei. Nos dias em que ela não vem tá descansando ou tá cansada. Ou um ou outro. Não é descaso porque nós não somos disso. Tudo é visto. O que não é visto é porque não estava a mostra. Tudo é importante. Mesmo que poucas coisas. Ou uma coisa só, coisa alguém.
E a noite vai morrendo em silencio e nesse enquanto eu grito. De todas as formas que um corpo pode gritar sem dizer. Pra não acordar ninguém. E ser durão. E agir certo e levantar cedo. E respeitar as coisas, todas.
Mas eu, eu não quero ser durona e não sei ser assim e é bem verdade que noventa e nove vezes por cento de sempre eu desrespeito. Eu sou mesmo como ela, extensa e vazia. Que pede, e morre, e acorda, e pede e morre e acorda.
Alguém me ajuda? A lua tem me ligado, mas já sei o que ela quer de cor. Eu fico é morrendo de pena de não me atender.
quarta-feira, 23 de março de 2011
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