segunda-feira, 4 de março de 2013

A revitalização



De repente é chegada a hora, a hora em que a hierarquia se quebra. O momento inexorável no qual você descobre que sua blusa nova encontra-se, por razões desconhecidas, na segunda gaveta. Existem, pois, dois momentos distintos na ordem mental do individuo. Momento um: a duvida, duvida propriamente dita, enquanto questionamento de realidade; e dois: a constatação. A mudança do status quo, a quebra de paradigmas. A ordem, o progresso, o método organizacional, enfim, a vida inteira de um armário e de sua função subjetiva enquanto objeto posta em cheque.
É o caos meu amigo, o caos completo, daqui a pouco troca-se gato por lebre, e meia por calcinha, tá tudo dominado!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sim, eu no dia 27 de fevereiro sorrio melhor e canto um pouquinho mais alto



Tem uma coisa que pra mim é ao mesmo tempo engraçada e cansativa
Que é a coisa do tema repetido
Eu agora tô sempre falando de voltar a escrever.
Tudo que escrevo representa uma promessa
De retorno, da coisa que volta pro eixo
Do filho regular que a casa torna
Pois.
Hoje escrevi uma coisa bonita sem querer, foi mesmo dizendo, mas calhou de ser digitada.
Assim:
Agora, tô voltando pr’aquele Estado de espirito bom pra se escrever
Onde se pode tentar,
Ele é comum,
Só é um em que se pega leve com si mesmo.

E com isso eu presto um agradecimento ao universo. Que me diverte com a curadoria da minha própria vida. Do sim para o meu lugar que é o mais comum. Do qual eu provavelmente não vou sair. E no qual eu pretendo estar em paz em, pelo menos quase sempre.

Eu fico feliz, por exemplo, quando acho que falei bonito. Porque em geral consigo me comunicar bem. Ultimamente não tão bem assim. A memoria das palavras menos automáticas está um pouco precária. E como se precisa delas! É uma coisa de louco, às vezes penso que poderia estudar a comunicação, que não é clássica, não sei por quê. Uma aula do tipo: como conversar bem sem engasgos, ou como não esquecer palavras um pouco óbvias. Uma lição geral sobre como substituir imediatamente palavras que foram esquecidas por outras equivalentes de maneira eficaz e confiante. Um aprendizado de inteligência, basicamente.

Não só pela questão da segurança ou da in, mas gosto de reconhecer que falei bonito, falei bem. Pra mim é a mesma logica da escrita. Seria a diferença entre tirar seis e meio ou nove numa redação, se vivêssemos num mundo hipotético e menos mecânico, claro. 

Devo então deixar o lado bom do tempo passar existir em mim, por mais ilógico que me seja esse circulo que ele faz. Vou me deixar sentir bem, vou me deixar falar bem, e ser interessante dentro de mim. E, porque hoje eu sei muito como é se des-descobrir, eu mando um XO pra atmosfera. Um abraço e um beijo pro tempo me dar de presente a surpresa do antigo.