Eu estava cheia e me sentia sozinha naquela multidão
O meu mundo no seu quintal de flores amargas que eu cansei de colher, só soube envaidecer.
Eu cansei de procurar os antídotos pras minhas receitas enormes de como ser deus. Eu me sentia vazia de tanto que me acompanhavam.
Minha vida era ditada nas revistas semanais que sua editora publicava anualmente. Os anos me cansam. Certa vez, te vi refletido nos olhos daquela outra mulher que usava óculos pra não se proteger do sol que queimava minha pele clara. Te via triste e você sorria, pra uma vida inventada, uma mulher inventada, um falso didata. Ah você...ai de você!
Desde então, não mais sei chegar ao lar, não mais sei se este existe, não deve. Ter de adivinhar minha posição em mentes, em corações alheios. Eu não dou pra isso. Mas eu não soube dizer não, eu não soube te perdoar por um erro incerto. Um erro iminente. A culpa é toda minha , estou ciente. Minha parte profunda te quer gritar. Quer te ferir. Preciso disso. Mas não mata meu orgulho, não encobre a certeza, nem remedia essa solidão. Te tenho ao meu lado, no meu quarto, na minha cama e no meu corpo, dentro dele.E nada sinto. Somente quero multidão pra te aliviar de mim, da minha cabeça (jardim) seco e sujo. Vai te embora homem, vai por bem. Já não te quero, me para de ter, me mata, te imploro calada. Se mude daqui, se esqueça. O meu passado é teu, já não te basta? Vá casar-te com a tal, vai procurar teus amigos, vai te achar que eu já te perdi faz tempo. Nada vai mudar entre nós, porque o balanço da cadeira é continuo e não desaprende a parar. Me de espaço e vai dar uns passos pra me resgatar.
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Um comentário:
um passo atras, para depois três à frente!
=]
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