quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Disfarce

Me botei uma máscara/armadura, transparente e indestrutível, pra enganar não sei a quem, se sei a mim. Quando armado não sou melhor nem pior, sou um infame, que é bem visto por esconder. E não só porque a sociedade é hipócrita, mas também porque a sociedade, sob uma ótica geral visa o bom, então cultua o que e ameno. Ameno pra quem?

Porque eu devo ser forte? Pra que continuar quando dentro sou um dramalhão?

Por baixo está tudo vermelho e sujo de ódio, de tempo perdido, de frustração. De suspeitas vãs, e carne moída, gritos de dor, tristeza má, revolta. Revolta individual, cabelo molhado, visco de ignorância, idiotice, palavrões sujos, cacos de gente, de tumor podre. Em baixo, dentro, profundo, interno é tão obscuro que estou cego.

Então cubro o que é grená com panos mornos e brancos. Pintei um sorriso na máscara, pra sorrir pro tempo que virá, sorrir pro acaso, e sorrir pra vida que bem ou mal escolhi. Estou sorrindo pro destino. Como quem assiste a uma tourada. Sorrindo pro boi, pra lama, pro sangue . Nada

Esta tudo bem, estou bem. É o que eles fingem ouvir quando eu finjo dizer, até onde me cabe um alô sem respostas.

É tudo contagioso, tudo contagioso.

Até que um abraço, não dizendo ao que veio, vindo triste triste triste. Me desprotege.

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