Eu fico assim, novenando as conchas da praia. Esperando incertezas. Pensando no que foi destinado. Me balançando no vento da rede que acaricia meu pés com o chão. E os cabelos salgados quase que encostam nele. Cabelos que me dão a certeza de flor da idade póstuma. E nenhuma ruga. Tudo que vim fazendo durante décadas foi me mover, muito e para todos os lados. E hoje tudo que quero é chegar lá; aonde os olhos verdes sem esperança, jamais chegaram. Eu nunca pus os olhos em nenhum outro lugar. Não o teria feito, o par é óbvio demais por se esquecer da vida, por isso póstuma. Vim enterrar-me nas areias brancas, esperando encontrar o lá, aqui. Para sempre solidão é o nome desse livro que nunca escrevi e que tenho em mente até a metade, e que é tão grande que não lembro do início, e do monólogo esqueci-me de boa parte do meio, o que estou escrevendo agora é o clímax. Não me surpreendo em narrativa mal dividida. Meu corpo pesa então já deitado, relaxa. Mais um capítulo desnecessário esboçado nas entranhas que vou esquecer, do quê? O mar de tão forte espuma branco, o dia nublado tal qual areia branca. É isso, estou no (meu) céu.
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