Acho que gostaria de fazer uma ode aos simpáticos, como se pudesse fazer jus a coisa alguma. Se pudesse, faria a este grupo de pessoas do qual me auto-rotulo (e não a contragosto como de praxe) só pela genuína diversão com pessoas na competência de existirem. Aplaudiria o cerne da primeira impressão mutável. Como alguém que detesta que o pé esquerdo levante pela manhã. Não como um beijo do político melado na testa do pirralho sujo. Essa simpatia descriteriosa que sai por aí distribuindo panfletos sobre shows esporádicos. O anonimato cabe aos não-carrancudos. Não me aborrece desdobrar-me dentro dos predicados a fim de derreter-lhes um sorriso outro no rosto austero. Gosto da aceitabilidade alheia, da casa cheia, das grandes rodas. Só concordo com a autenticidade do gesto. Eu gosto do bom dia, não do monge, gosto do bom dia. Encanta-me o bom, o bonzinho me é dispensável. Eu gosto é do padeiro, do moço da locadora, da dona Maria, do entregador, do turista, da moça que vende flores, do motorista. Eu gosto dos olhos apertadinhos de tanto sorrir, ao escutar tambéns. Gosto de ser a tecelã amadora treinando no ponto cruz do novo encontro. E sonho uma longa costura. Deixa-me dizer especificamente quanto cada um tem da fração desse meu todo espírito. Deixa. Eu posso dizer. Gosto tanto de gente, quero tantos possíveis. Chego a repetir tola, justificar meu toque, querer ser entendida, chego a falar sem ter fim. É isso. Quando crescer quero ser gente boa, só para ter por que na vinda. Acho que gostaria de fazer uma ode aos simpáticos lançando meus salves no ar, quem quiser que escute.
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3 comentários:
Mesmo sem produzir qualquer som, seu texto cria a sensação de que os tímpanos estão estremecendo de prazer... :-)
Mágico! Minha cara!
Amei, amei, amei. Concordo e aplaudo.
Não tinha lido esse, mas acho que devia ler esse na aula. Se é que já não leu.
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