Então dói a página em branco. Pois o poeta inerte se faz inútil. Sente-se vestido de descaso, ignora toda a beleza, incapaz de entender o parnasiano. De volta ao escuro, seu corpo é caverna vazia. Uma procura suicida sem graça por um verso que seja. O ultimo sopro de vida vem sem lirismo e descompassado. Esses versos rudimentares não são bem seus, são do mutante que some em meio à multidão desgostosa cuja mesmice não umedece os olhos. Sabe-se lamentável pelo desapreço à rotina. Sua deriva ignora o caos externo sem encobrir o que vem de dentro. Na desordem abstrata o poeta cala. Perdoe a falta de jeito, perdoe o tom intimista, perdoe a inveja que existe pelos mundos florescentes, o poeta foi ao nordeste. E quer ser vão o bastante para acreditar, que há um deus no tempo, que reverterá seu dom numa chuva de versos reluzentes. Sol e chuva casamento de viúva. Chato, parece ser tudo. O tempo e a falta d’água causam-lhe rugas. Ainda, o poeta acredita. Não há espelhos na caverna.
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