quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Por dentro do meu gesso os poros claustrofóbicos desfuncionam. Não é a sensação de completo, nem de ápice. É uma oca e gorda. Para deixarem de entender. Para deixarem a secretária eletrônica, ouvir tua voz ecoada vazia. Pra sentir uma vontade que não me perfura. Um poder-ser aprendiz. Tudo está tão completo de tudo, nem pressinto lágrimas. O beco está lotado de pisca-piscas, tanto, que nele só cabemos, eu e o quentinho das luzes aquecendo a capa, seria verão. Se da mente esgotada brotam imagens, as gero desabafadas, lustrosas, vãs. A burrice desconhece o medo. Eu sou a sombra sem ême.
Os meninos tão completos apertam os botões coloridos do controle da tela, tudo em volta a ela atenta, tudo em volta de espectadores e eu. Que os olho aos berros, olhando a dança dos corpos comprimidos no sofá velho. Como quando o filme esbraveja e depois só imagem e silêncio, se possível os assistiria num filme mudo. E alugaria sempre, bobeasse o compraria. E boquiaberta como fiquei, sempre novamente. Eles, meu videogame.
Outro dia, não me preparei nem nada para ver a velha assim no metrô. É chata, a velha vaga no vagão. Sem ser ambíguo porque estava lotado. Ao lado dela, não lembro se vi gente, mas devo ter visto. A velha ao invés de ser feia ou linda era gente, ela ao invés de ser moça ou velha era gente, também ao invés de ser feliz ou triste. A quantidade de mundo que por ali passou nem desconfiou, não parou pra ver. Só eu, novamente, alugaria este filme. Chega a ser engraçada a velha de rosto em moldura, não muda. Ela, uma velha, imagem.
Nesse, a parede me impedia de ver tudo. Metade da tela em branco e a outra em flash, era a luz da Xerox aberta, com seu condutor e três ávidos, uma gorda, uma outra e um amigo. Falavam de tudo que possa não interessar. O homem ás vezes clareado, tomou vacina de sorriso, abrir a boca só para o troco. No filme, a luz do teto estaria apagada, para ser pisca-pisca e sentir-me em casa. Esse eu talvez só alugasse. Eles, umas cópias.

E só.

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