segunda-feira, 4 de maio de 2009

Mais do mesmo

Tem a sensação corrida de não ter mais tempo pra fazer nada, ainda que seja somente o que faço. Debaixo do edredom ou com os pés no sol. Não gosto das tarefas, eu gosto do trajeto. To sem hora pras unhas e pros recados. Pensei em três textos e três pretextos para não escrevê-los, ta certo, não eram tão bons assim. Mas era letra vaidosa, língua. Quero uma língua carnuda e habilidosa, curtida, mediana, lúcida, úmida, uma língua bem úmida de presente. Já descobri no pouco que andei, que remédio e não só pra mim é língua e todas as maravilhosas texturas lexicais por ela produzidas. Língua cola pra grudar quem quiser e bomba pra explodir quando.

Vivo um desespero calmo, desses piores. A amiga disse, você tá em crise, é visível. O problema é que tem tempo, o problema é que alivia vez por outra, eu sei que sim, não é dor perene. O problema é da ordem dos planetas que desde quando brotada no mundo, puseram-me uma ânsia louca por porra nenhuma. O problema mesmo é que quando penso que consigo, eu quero menos disso e mais de qualquer coisa outra.

Um comentário:

Unknown disse...

Suas redundâncias são sempre o que mais me agrada. Porque já são em si e não precisam ir a lugar algum. Mas você ainda não sabe disso.