domingo, 1 de novembro de 2009

Mim

Só sou capaz de saber da gestação do eu de vez em quando.

Lógico, porque saber, que não é apenas saber, que o saber é coisa imóvel, então digo descobrir com um rê antes.

Às vezes só.

É o tempo de espelhado.

O espelho: O espelho me chegou quando eu ainda broto, que de broto pra planta é questão de tempo e fruto, de repente, nem dá. (O fruto : O fruto foi onde se mirou com vontade e acabou dando, é esquisito, mas planta não carece explicação, planta é coisa certa, é capim – olha isso que inventei, Em terra de vegetação quem dá fruto é rei, mas é bobo de falar alto.) O espelho espia escondido. Mas o espelho está, e mais, carece. Tanto é que eu já vi planta de muro, dessas que aumentam a perder de vista, regada só de lágrimas, eram dele que chorava. Tudo bem que espelho é de estalo, lembro que fui perguntado “Mas quando é que você virou isso?” (isso bom, o que é de se admirar) e eu respondido “Num sei”. E não sei mesmo, é surpresa tanta se enxergar assim nítido,que marca a gente de incolor pra não sair mais.

Coisas já sabidas: O fruto é matéria de ser, e não outra coisa.

Mexe transparente.

Maduro, quando for, fica.

(E o fruto, vou dizer baixinho, já que as maçãs avermelham, sinto crescer.)