terça-feira, 1 de julho de 2008

No ar

Ai como a vida é dura não é mesmo? Só por termos nascido um. E um somente. Pudera eu ter nascido seu siamês, seriamos felizes. Afinal de contas, o amor de entes é algo sem explicação, e basicamente, tudo que tenho feitos há dias é tentar entender. Saber de fato, dissecar esse amor recoberto de mim. Chegando àquelas conclusões tão óbvias que merecem vida, amar não é igual e amar dói. Auto-explicação nos olhos dele quando fitam os dela, sem graça na noite escura. Seus olhos pedem amor. Difícil, tão menos difícil, quando só os olhos, estes sim em pares, sem respaldo daqueles, amornam. Eis que chega a solidão que te rouba a atmosfera. sabe o que a solidão carrega na mochila? Ar. Todo ele. E ficamos magros. O amor dá fome.

Insegurança é o que sentimos, nós os tudo. Já que aqueles processuais têm uma calma etária bem velha. Se morder sai coca? Não, saem dúvidas, muitas delas, asfixiadas aqui dentro. E são até mesmo injustificáveis, quando não infantis, mas pergunta amigo, pergunta mesmo sem resposta. Já não queremos elucidá-las, queremos só nutri-las de ar, para crescerem e nunca morrerem, só com o fim este infeliz. Quando no reencontro permanecerem bem quietinhas e serenas nos poros, você disfarça com o sorriso, e esquece-se dos olhos, óbvio.

Eu te amo é assim, óbvio, chato, difícil, doído, infeliz e um, um só, até o fim.

2 comentários:

Unknown disse...

pergunta sem resposta.

gondim disse...

O amor é como um fruto. Liga a morte da árvore ao seu renascimento. O amor é um entre. E o ser é um In.divíduo. O Amor une os seres. Amor não dói. O que queima é a in.coerência de queremos tocar, beijar, morder, abrçar o amor. O amor está no ar. No mar. No par. O amor é a liga perfeita entre os seres. Quem ama, ama o mundo. As coisas fazem sentido e completo. O amor não é nosso. É do uni.verso. O in.divíduo sente, percebe, se delicia, chora, sofre, morde, beija, queima. O amor apenas é. O que há entre a ação e a reação. Puro amor. Por isso não entendo os poetas. Parece que para ser poeta é preciso sofrer de amor...

Se na rua.mor
caminhasse de pés descalços
sentiria o frio da pedra
e o conforto do apoio.
Largaria minha mochila
e abriria os braços para o céu.
Diria que eu me amo.
no ar.